Mata Atlântica do NE: rica em diversidade e ameaçada

Da Bahia ao Piauí, passando por outros seis estados da região, a porção de Mata Atlântica Nordestina corresponde a cerca de 28,8% de todo o território do bioma e abriga quatro dos cinco principais centros de endemismo da Mata Atlântica – ou seja, regiões que, além de serem consideradas as mais ricas em biodiversidade do bioma, abrigam uma grande quantidade de espécies endêmicas.

Os dados foram divulgados pela Amane – Associação para Proteção da Mata Atlântica do Nordeste e revelam uma área que merece proteção, mas que, apesar da sua importância, recebe pouca atenção do governo e, também, de entidades do terceiro setor. A primeira organização a focar seus esforços, exclusivamente, na preservação e restauração da Mata Atlântica nordestina foi a própria Amane, fundada em 2005 por oito ONGs, nacionais e internacionais, indignadas com a situação da região.

Segundo levantamento realizado por elas, a falta de cuidados fez com que a área passasse a ser explorada, de forma intensa e irresponsável, pela população e empreendimentos locais, o que resultou na destruição de cerca de 92% da Mata Atlântica nordestina. Hoje, restam, apenas, 19.427 km² do bioma na região – dos 255.245 km² originais – e dezenas de espécies que vivem no local já estão, oficialmente, ameaçadas de extinção, dando à Mata Atlântica nordestina o título de uma das regiões mais degradadas do bioma.