Garça

Garça parada, quietinha, parece mais estátua do que bicho de verdade. Mas, mal a caça chega perto, garça é tão rápida e tão certeira na pontaria, que é difícil a presa escapar. Algumas garças chegam a devorar mais de cento e cinqüenta peixinhos por dia. O pescoço, que pode se esticar e se encolher à vontade, atira o bico para frente, bem em cima da comida.

Mas nem todas as garças caçam do mesmo jeito. Existe uma garça na África, por exemplo, que, logo que vê um cardume de peixes, abre as asas por cima da cabeça e cobre o cardume. As asas ficam tocando na água, e a garça vai comendo calmamente.

Porque gosta de comer bichos que vivem na água doce (peixes, rãs, insetos, etc.), garça prefere morar perto de lagoas, rios e pântanos (terrenos lamacentos). Pernas e dedos, compridos e finos, ajudam a garça a andar nas águas rasas sem dificuldade.

Você deve estar pensando que a roupa da garça se suja muito com os peixes e a lama. Mas garça consegue limpar o corpo muito bem. Arranca com o bico uma penugem especial que tem no peito. A penugem se desmancha numa espécie de talco azulado. A garça passa o talco no corpo todinho. Depois, com o pente que tem no pé (parte de dentro da garra do dedo-do-meio), dá uma boa penteada no corpo e fica limpinha e toda bonita outra vez.

Se você olhasse o pente da garça num microscópio, que é um aparelho de aumento, você ia ver como ele se parece com um pente de verdade.
A garça desta foto é a garça-grande, ou garça-branca, ou garça-branca-grande, ou guiratinga, ou acaratinga, ou acará, ou garça-real. Mede uns oitenta e dois centímetros de comprimento (chega a um metro). Vive em muitos lugares do mundo (inclusive Brasil inteiro).